Quero te convidar para uma leitura deliciosa deste artigo escrito pela Neurologista e Sexóloga Clínica, Dra Teresa Cristina Romio Rosa.
Tenha uma excelente leitura!
"Para ter libido tem que gostar de transar " Ana Canosa
Você já se perguntou em que posição está o sexo na lista de prioridades da sua vida? Será mesmo que só a queda dos hormônios vai levar 'a diminuição do sexo? Leia até o final e você vai se surpreender...
A saúde sexual refere-se à capacidade das mulheres e homens, ao longo de suas vidas, de aproveitar e expressar sua sexualidade de maneira saudável, evitando riscos como infecções sexualmente transmissíveis, gestações não planejadas, coerções, violência e discriminação. A saúde sexual promove a valorização da vida, das relações pessoais e da manifestação genuína de quem somos. A saúde sexual é enriquecedora, inclui o prazer, e incentiva a autoconfiança e a comunicação nas relações.
A menopausa é definida como a ausência de ciclos menstruais por 12 meses consecutivos, terminando o período reprodutivo feminino. Essa fase de transição na vida da mulher é chamada de climatério e ocorre entre os 40 aos 55 anos com sintomas da queda dos hormônios produzidos pelos ovários, inicia-se cerca de 5 anos antes da parada completa com queda de progesterona ,testosterona e estradiol. Além da irregularidade menstrual temos também fadiga, diminuição da libido, perda urinária aos esforços, insônia, dor articular, alteração da memória e ressecamento da vagina e pele. (1)
Como a sexualidade feminina é multifatorial incluindo fatores biológicos, relacionais, psicológicos e socioculturais. Precisamos entender como foi a história sexual dessa mulher e dela com a parceria atual. Será que ela gostava de transar?
Com o avanço da mulher no mercado de trabalho cada vez mais engravidamos mais tarde e encurtamos mais ainda a fase reprodutiva. A mulher de quarenta anos está no auge da sua vida sexual pois sabe exatamente o que e como quer na cama, assim precisamos buscar alternativas para prolongar o nosso prazer com terapia de reposição hormonal, fisioterapia pélvica, laser vaginal (para tratar atrofia vaginal e incontinência urinária e distúrbios do pigmento vulvar), lubrificantes e hidratantes vaginais, psicoterapia e terapia sexual.
Ana Canosa, excelente sexóloga e minha mestre na pós graduação, participou do painel no Ageless Talks em 2022 cujo tema era "Libido não tem prazo de validade" referiu que a libido pode se transformar no passar dos anos e de fato a resposta sexual feminina fica mais lenta por diminuição do estrogênio (um dos principais responsáveis pela libido), destaca também a importância da memória erótica boa e do diálogo com a parceria, o que 'às vezes não acontece por "vergonha de dizer que não está lubrificando e tem dor na relação". (2)
Precisamos nos preparar para essa fase com boa alimentação, exercícios físicos, diminuir o estresse e autoconhecimento para saber quais as suas preferências na vida e na cama. Devemos aprimorar nossa Inteligência Sexual e ter diálogo aberto e honesto com a parceria para que tenhamos conexão emocional e intimidade. (3)
Muitos artigos e blogs referem dicas de como melhorar a libido nessa fase da mulher. Catia Damasceno na coluna Universa de abril desse ano dá dicas e afirma "Menopausa não é atestado de falta de prazer" deve-se conversar com sua ginecologista quando começarem as primeiras mudanças na lubrificação (pode ser indicado terapia de reposição hormonal ou cremes vaginais tópicos), melhorar o ressecamento vaginal vai melhorar a prática sexual junto com da fisioterapia pélvica, descobrir outras zonas erógenas no seu corpo (isso pode ser feito com a parceria fazendo um MAPA SEXUAL), experimentar sex toys a dois ou sozinha , afinal precisamos conhecer nosso corpo, ou ainda viagens a dois para locais diferentes, lembrar que a frequência sexual é algo muito individual e que o papel da parceria é muito importante. (4)
Foi realizada uma revisão integrativa da literatura sobre "Repercussões da Menopausa para a Sexualidade de Idosas" publicada em 2017 destacando a necessidade de mais estudos voltados apenas para mulheres idosas, citam ainda o artigo de Barreto e Heloani (2011), "a sexualidade não se limita às relações sexuais (coito) e envolve gestos, atitudes, comportamentos, predisposições e interações". Os autores ressaltam ainda significativa participação da cultura na expressão da sexualidade uma vez que ela envolve papéis sociais e é permeada por crenças, mitos, valores e atitudes.
Em 2002, a dupla de psicólogos Sheree Conrad e Michael Milburn, professores e pesquisadores da Universidade de Massachusetts - EUA, introduziu um conceito revolucionário de Inteligência Sexual. Afirmando que a sexualidades de cada pessoa é determinada pelo seu QI sexual, uma parcela de nossa capacidade intelectual, tão importante quanto a inteligência emocional descrito pelo psicólogo Daniel Goleman .
Inteligência Sexual é baseado em três pilares:
- Amor ("talento para adquirir as habilidades necessárias para entrar no relacionamento");
- Consciência Sexual ("é descobrir nosso próprio sexo, descobrir o que atrai e nos emociona, o que prefere e qual aspecto de nosso comportamento erótico dificuldades que enfrentamos") e,;
- Conexão com os Outros ("O sexo é cerca de dois, manter sua vida sexual envolve outras pessoas").
Assim precisamos ter autoconhecimento sexual, saber expressar nossos desejos e necessidades, intimidade sexual com a parceria e explorar novas formas de prazer.
Segundo Martin Klein a Inteligênica Sexual nos leva do sexo adolescente ao sexo adulto, permitindo variar o cardápio sexual e nos livrar das amarras ou se você quiser utilizá-las.
Dicas para o sexo e para a vida:
- Cultive o AUTOAMOR (quem tem Inteligência Sexual não vai se preocupar com celulite ou tamanho do pênis);
- Explore seu corpo (olhe-se no espelho e valorize suas formas, quando foi a última vez que você se tocou?);
- Aprenda a criar o desejo (agende o horário para transar na sua agenda da semana e se prepare para esse evento com lingerie nova e perfume novo, eu tenho um só para isso bem doce);
- Assista a séries com esse enfoque (na Netflix temos a Sexlife);
- Respeite seus limites (não faça o que você não tolera para agradar o outro);
- Liberte-se da culpa (algumas pessoas levam a mãe para cama); use a criatividade ( faça em outros locais por exemplo em cima da pia da cozinha) e,
- Conecte-se ao outro.
Somos seres sociais e precisamos do outro, atualmente vivemos um analfabetismo emocional, então na cama desligue-se do mundo lá fora e viva esse momento. Sinta os cheiros, escute gemidos e gema, sinta o toque, beije e abrace, prolongue esse momento e ENTREGUE-SE DE VERDADE sem pensar no boleto do dia seguinte...
Saia da caixinha, supere suas inibições. Livre-se de crenças e tabus, liberte-se das amarras ou se amarre, sempre sem julgamentos!
Sexo é para ser com prazer e faz parte da SUA felicidade!
Dra Teresa Cristina Lopes Romio Rosa
Neurologista, Sexóloga Clínica, Chief Happiness Officer e Escritora Best Seller de 2 livros Seja Imperfeito e Felicidade Se Aprende. Siga @drateresacristinalrrosa
Gostou da leitura? Tenho certeza que a partir de agora você irá transformar sua relação com o sexo. Depois me conta,